terça-feira, 25 de março de 2008

O andar dos descalços

Escarpas nebulosas
que resolveste trepar
sem saber itenerários
ou programar destinos.
.
Escarpas virgens
(de coisas e gente!)
grávidas de teus calcanhares
nús, rotos, sangrentos.
.
Escarpas de ontem,
trilhos de ninguém
marcados (metro a metro)
pelo teu passo constante e singular.
.
Escarpas rectas e inandáveis
que pisas - Tu!,
ignorante do depois,
peregrino de caminhos nenhuns.
.
Escarpas nuas
que vestes de ruas
e que, em jeito de criança,
me dizes serem tuas.